Este fim-de-semana foi passado fora, no Alentejo, com a minha família (quase) toda.
A pretexto da comemoração do aniversário do meu irmão, fomos todos para “o monte” no Sábado e por lá ficámos até Domingo.
Tive direito a dose reforçada de Diogo (o meu sobrinho de 3 anos), sol, piscina, escorregadelas na relva (é incrível como marmanjões adultos como eu e os meus irmãos se podem divertir a atirar para uma manga plástica molhada em cima da relva, e a deslizar sobre a barriga até saír disparados do outro lado. Uma coisa tão simples e baratinha e tão divertida!)
Tive direito a isso tudo, mas como a casa estava cheia que nem um ovo não dormi no meu quarto, deixei-o para os meus avós. E ainda bem, ainda não voltei lá desde que ele deixou de ser “o quarto do casal” e não sei bem se ia ser boa ideia passar lá a noite sozinho.
Seja como for, o fim-de-semana passou-se, com momentos melhores e outros piores (para o resto da malta o pior foi certamente a prática de sax reforçada –a escola vai entrar de férias daqui a duas semanas e o meu professor vai-me dar duas aulas esta semana, tenho de estar em forma!).
Mas a surpresa (agradável) veio no final de Domingo, ao chegar à minha zona.
Ainda parei em S. Pedro, para comer um belo bife passado na esplanada da praia (sim, porque independentemente de onde eu estiver a morar, essa será sempre a minha zona também!) e depois segui para casa e…
E pela primeira vez desde que lá estou senti que estava efectivamente a voltar a casa.
Já me mudei há um mês e meio (mais coisa menos coisa), mas as circunstâncias da mudança e a envolvente psico-afectiva nunca me deixaram sentir que realmente estivesse em lado nenhum. Sempre me senti meio perdido, estava ali porque calhou, mas podia estar em qualquer outro lado. Não sei como explicar isto melhor.
Mas desta vez não, desta vez entrei na garagem e senti-me bem e quando abri a porta e entrei no hall, com a luz a dar em cheio na sala através das ripas dos estores, respirei fundo e senti que estava na minha casa, no meu espaço.
Arrumei tudo rapidamente, acendi as velas, pus o Coltrane a tocar e saquei do sax para o acompanhar (as opiniões aqui dividem-se, há quem diga certamente que foi para o torturar; eu recuso-me a comentar…) ;-)
Na minha cabeça houve uma voz doce que me sussurou um “bem vindo a casa”. Hoje dormi bem.