Passados quase exactamente cinco anos, voltei ao Casino do Estoril para assistir a um concerto daqueles gratuitos, neste caso do Sérgio Godinho.
Desta vez sem cenas rocambolescas de troca de sapatos –afinal vinha directo do emprego–, a coisa nesse aspecto correu bem.
Aliás, não foi só por aí, o concerto como um todo foi bastante agradável (não posso dizer que tenha sido muito mais do que isso para mim, porque na realidade eu não sou assim tão fã da música dele), e a prestação quer do Sérgio, quer da banda de apoio, foi bastante boa.
Ficou-me a dúvida no espírito: como será que um artista com uma carreira como a do Sérgio Godinho, com tantos anos e tantas músicas escritas e produzidas ainda aguenta fazer espectáculos em que toca a trindade (aparentemente mais do que obrigatória) do “Com um Brilhozinho nos Olhos”, “O Primeiro Dia” e o “A Noite Passada”? Não é que eu desgoste, sobretudo porque não sigo de todo a sua carreira, e estas músicas, claro, conheço-as todas de ginjeira, mas ele não se farta delas, o coitado?
A propósito, a versão do “A Noite Passada”, só de guitarra acústica e voz podia ter corrido melhor. Eu sei que ele é bastante apreciador de dissonâncias e tal, mas neste caso em particular é capaz de ter abusado um bocadinho… Ou isso ou tinha a viola afinada noutro tom em relação ao que estava à espera. (Sim, estou a brincar!)